Histórico e Contextualização

 
Bandeira da EMEF Dyógenes Martins Pinto
O Loteamento Professor Schisler foi criado pelo decreto 42/81 em 13 de maio de 1981, pelo então Prefeito Firmino da Silva Duro. Fica ao sul da estrada RS 324 na saída para Carazinho com 500 mil metros quadrados e 15.010 m2 de área verde, com 792 terrenos distribuídos em uma área íngreme com vegetação predominantemente de campo. Hoje há cerca de 480 casas construídas, o que resulta em torno de 1700 moradores. Mas com a implantação de programas habitacionais, observa-se no entorno da escola muitas casas em construção onde antes haviam terrenos desocupados.


William Richard Schisler e esposa

O nome do bairro foi dado em homenagem ao Professor William Richard Schisler, que doou o terreno em que funcionava a antiga Granja Nancy, de propriedade do IE na época em que era diretor. Nascido em 1889, nos Estados Unidos, chegou ao Brasil em 1921 junto com sua esposa Frances. Dirigiu por 28 anos o Instituto Educacional – IE, fundou o Rotary Clube e Associação dos Amigos do Boqueirão. Junto com sua esposa doou as áreas onde atualmente funcionam o lar de idosos da Vila Fátima (Lar da Vovó) e a SAMI (Sociedade de Auxílio à Maternidade e Infância).
O primeiro morador do bairro foi Joaquin de Oliveira, que fixou residência em 1981 na quadra 13, hoje Rua Amadeu Durgante, 238. Morador atuante que sempre ajudava a comunidade, inclusive roçava as ruas para as crianças irem à escola e as demais pessoas poder transitar. Lutou pela comunidade até seu falecimento em 1989. Em sua homenagem foi colocado o seu nome no Ginásio da Associação de Moradores, que fica junto à escola.
Um dos grandes incentivadores para que ocorresse a implantação da escola foi o jornalista Saul Spinelli, diretor do Jornal Cidadão, colunista do Diário da Manhã e locutor de programas de rádio e TV de Passo Fundo, e ainda neto do primeiro morador do bairro, que fez inúmeras viagens e não mediu esforços para que a comunidade conseguisse uma escola. Ainda hoje Saul Spinelli reside no bairro, em frente à escola, e atua com muito empenho na defesa da comunidade. Lutou também junto com a associação de moradores para que a prefeitura terminasse o ginásio da comunidade.



Saul Spinelli


O bairro conta com uma escola municipal de Ensino Fundamental, a EMEF Dyógenes Martins Pinto. O terreno onde funciona a escola é situado na Rua Cel. Bicaco, nº 850 e foi doado pela Associação de Moradores. Anteriormente, nesse local, funcionava a Escola Estadual Aberta que atendia de forma integral meninos de rua. No entanto os moradores da comunidade viram a necessidade de uma escola de Ensino Fundamental para atender um grande número de crianças que moravam nas proximidades.
A escola foi fundada no prédio atual no ano de 1999. Antes funcionava em um espaço pequeno e mal arejado no bairro vizinho, loteamento Morada do Sol, com o nome de Escola São Miguel, em uma pequena casa de madeira. Eram atendidos os alunos desse bairro e alguns do bairro Professor Schisler, devido à falta de espaço físico. Assim, os filhos dos moradores tinham que estudar em escolas de bairros distantes.
Então os moradores do bairro Schisler organizaram a Associação de Moradores (APROSCHIS) e buscaram junto à Prefeitura uma escola para o seu bairro. Nessa época funcionava no bairro a Escola Aberta no prédio onde hoje é a escola Dyógenes Martins Pinto. Os alunos dessa escola eram trazidos das ruas da cidade para estudarem lá, mas praticavam atos de vandalismo na escola e nas casas próximas. Assim a associação de moradores resolveu pedir para a Prefeitura que transferisse a escola do bairro Morada do Sol para esse prédio resolvendo assim os dois problemas: a falta de uma escola para os filhos dos moradores do bairro e o vandalismo praticado pelos alunos da Escola Aberta.

Dyógenes Auildo Martins Pinto

Após várias tentativas frustadas a associação de moradores pediu ajuda para o empresário Dyógenes Auildo Martins Pinto, fundador da rádio e do jornal Diário da Manhã. Este ofereceu assistência jurídica colocando os advogados de sua empresa para auxiliar nos trâmites legais para a mudança da escola, em processos que se estenderam por mais de dois anos. Em fevereiro de 1999 instalou-se a Escola Municipal São Miguel, que atendia a crianças da pré-escola até a 4ª série, com 54 alunos, no lugar da Escola Aberta, em caráter provisório.
A instalação da Escola Municipal de Ensino Fundamental, em caráter definitivo, ocorreu no dia nove de agosto de 1999, recebendo o nome de EMEF Dyógenes Martins Pinto para homenagear seu maior incentivador que havia falecido um ano antes da inauguração. A escola já contava com 170 alunos, 10 professores e 4 funcionários. Foi escolhida pela prefeitura para ser a diretora dessa nova escola a professora Silvana Maira Rosa, tendo como coordenadora pedagógica a antiga diretora da Escola São Miguel: Iracema de Lara Bortoluzzi. Em treze anos de funcionamento da escola essa diretora sempre foi reeleita pela comunidade escolar.
No ano de 2000 a escola passou a atender turmas de 5ª e 6ª séries e em 2004 a 7ª e a 8ª séries. Em 2005 através de inúmeros pedidos e lutas da comunidade a escola cedeu as salas de aula para atender quatro turmas de Alfabetização de Adultos, no turno da noite, de um convênio feito entre a Prefeitura Municipal - Secretaria Municipal de Educação e a 7ª. Coordenadoria Estadual de Educação. No ano seguinte, em 2006, foi autorizado o funcionamento da Educação de Jovens e Adultos atendendo cerca de 200 alunos, divididos em 6 etapas do Ensino Fundamental.
Em 2008 a escola recebeu 10 computadores e foi instalado o primeiro laboratório de informática. No ano de 2010 a escola recebeu mais 18 computadores do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), um programa educacional criado pela Portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para promover o uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações na rede pública de ensino. Na metade do ano de 2011 foi instalada a internet. As atividades no laboratório de informática são coordenadas por uma professora habilitada com regime de 20h, o que se mostra insuficiente devido ao elevado número de turmas e alunos.
Os últimos resultados do IDEB de nossa escola nas turmas de 4ª série foram 3,4 em 2005, 4,2 em 2007 e 3,9 em 2009. A meta para 2011 é de 4,2. No caso da 8ª série em 2005 a média foi de 2,9, nos anos seguintes 2007 e 2009 não foi realizada a prova, pois havia menos de 20 alunos na turma, mas a meta prevista para 2011 é 3,2.
Para que os resultados tenham uma melhoria nas próximas avaliações, no ano de 2009 a escola foi indicada a participar do PDE (Plano de Desenvolvimento da Escola), que financia projetos de melhoria da qualidade de ensino a partir de planos de ação elaborados pelos professores da escola. Com isso novas possibilidades surgiram, mais incentivo na compra de livros, jogos pedagógicos, mais materiais e recursos para os professores em sala de aula, bem como um auxílio através da destinação de professores específicos para os reforços em turno inverso com aulas de Língua Portuguesa e Matemática. É imprescindível esse momento no contraturno para que os alunos possam sanar suas dificuldades e reforçar conteúdos.
A partir de 2009 a escola passou a receber uma grande quantidade de alunos que vieram morar em casas populares construídas próximas à escola, no bairro Parque do Sol, construído ao lado de nosso bairro com mais de 100 casas que foram entregues depois do primeiro semestre. Além disso, observa-se no entorno da escola várias construções de casas populares, desde o ano anterior, fazendo com que aumentasse significativamente o número de alunos da escola.
No ano de 2010 foi implantado na escola o Programa “Mais Educação”, onde cerca de 120 alunos participam, no contraturno das aulas, de oficinas nas áreas de esporte, informática, letramento, música e dança. Além das oficinas recebem alimentação: café da manhã, lanches e almoço, ficando o dia todo na escola, assegurando maior tempo de permanência em um ambiente educativo evitando, em muitos casos, que as crianças fiquem nas ruas enquanto os pais estão no trabalho.
No ano de 2011 foi instalada uma sala de recursos totalmente equipada para atender os alunos incluídos que já apresentam laudos médicos. As duas professoras são habilitadas para esse trabalho e atendem além dos alunos de nossa escola, alunos de escolas próximas, nos turnos da manhã e tarde, sempre com atividades específicas para cada aluno no contraturno das aulas.
No ano de 2010 o número de crianças no 1º ano era de 41 alunos e na 8ª série concluíram apenas 17 alunos, exemplificando o grande número de evasões, a maioria das crianças que iniciam o Ensino Fundamental não o conclui. Saber as causas dessa evasão é fundamental para que possamos reverter esse quadro e incentivar a permanência dessas crianças na escola, para concluir um Ensino Fundamental, com qualidade.
O número de reprovação aparece mais na 2º ano e na 5ª série com os componentes curriculares de Matemática e Língua Portuguesa. Com esses dados consideramos de grande importância as Classes de Apoio e as oficinas de reforço de Matemática e Língua Portuguesa em turno inverso, pois os alunos têm a oportunidade de permanecer mais tempo na escola e ter um atendimento mais individualizado, sanando suas dúvidas e dando continuidade a seus estudos.
A comunidade do bairro Schisler e de seu entorno é formada por trabalhadores de diversas áreas: construção civil, pedreiros e auxiliares, domésticas e diaristas, técnicos de enfermagem, vendedores, auxiliares de produção (muitos trabalham em turnos variados na empresa Doux Frangosul), motoristas e cobradores de ônibus, recepcionistas...
De acordo com dados obtidos em entrevistas e nas fichas dos alunos da EMEF Dyógenes Martins Pinto, a maioria das famílias é numerosa e recebe auxílio financeiro do programa Bolsa Família, sendo que há muitas famílias com problemas econômicos graves no bairro, o que as obriga a colocar os filhos para auxiliar no sustento da casa ajudando a recolher papel, tirar leite...
O bairro sofre com a falta de infra-estrutura. Quando foi inaugurado não contava com transporte, redes de água ou luz nem calçamento. Levou dois anos para que se colocassem postes de luz nas ruas e em torno de cinco anos para que se criasse uma linha de ônibus para a comunidade. Essas conquistas foram realizadas graças à união das associações de moradores dos bairros vizinhos: Alvorada, Ipiranga, Xangri-lá, Jaboticabal, Parque do Sol e Morada do Sol, que formam o chamado “Bairro Integração”. Essa união garantiu a instalação do EJA e uma linha de ônibus até a Universidade de Passo Fundo – Universidade/Integração, pois as demais linhas só vão até a prefeitura.
Atualmente o bairro tem apenas a avenida principal e mais algumas ruas asfaltadas, as demais são de chão batido prejudicando os moradores com a poeira em épocas de estiagens e com a lama em épocas de chuvas.
Todas as casas têm acesso à redes de água e luz, porém há algumas famílias que não podem pagar por esses serviços, expondo as pessoas a uma situação de risco. Há muitos postes com lâmpada queimada e a prefeitura demora muito para trocá-las deixando muitas ruas escuras e perigosas, principalmente para os moradores que chegam ou vão para o trabalho à noite. No ano de 2008 o bairro começou a usufruir de internet com o Laboratório de Informática da escola, e só em 2009 as residências tiveram acesso à internet, mas apenas por sinal de rádio.
O bairro conta com seis linhas de ônibus: Prefeitura/Jaboticabal, Prefeitura/Jaboticabal via Schisler, Prefeitura/Jaboticabal via Morada do Sol, Universidade/Integração, Integração/São Cristóvão e Prefeitura/Italac. Porém os atrasos e os constantes cancelamentos das voltas dos ônibus causam transtornos para os moradores que já reclamaram diversas vezes para a empresa que controla essas linhas, a CODEPAS, mas não obtiveram muito sucesso na prática.
A coleta de lixo é realizada três vezes por semana e uma vez por semana passa o caminhão da coleta seletiva de lixo. Há vários mini-mercados e bares no bairro. A maioria funciona em garagens ou dentro de casa mesmo. Os dois mercados maiores ficam no bairro vizinho, Alvorada.
Na rua que é paralela à estrada RS 324 (Perimetral Sul) está crescendo o número de indústrias de maneira muito rápida desde 2008. Ali já se instalaram fábrica de facas, de lages, de conserto de tanques de caminhões, madeireiras, posto de gasolina, casa de eventos... Essas empresas ao se instalarem ali valorizaram economicamente a região e consequentemente os terrenos do bairro. Assim, muitos terrenos estão sendo vendidos devido ao fato de seu valor estar elevado.
Atualmente o número de moradores do bairro sobe constantemente devido ao crescimento do bairro. Onde antes haviam muitos terrenos vazios, hoje são construídas muitas casas financiadas pela CEF, elevando drasticamente a procura por vagas na escola, que já se tornou pequena para a demanda.
O bairro conta com um ambulatório do PSF - Programa Saúde da Família Adolfo Groth, que tem um pediatra e um clínico geral três vezes por semana e enfermagem todos os dias para os serviços de pequenos curativos, verificação de pressão, pesagem, etc. Os casos mais graves são encaminhados ao CAIS Boqueirão ou para o Hospital São Vicente de Paulo. Esse PSF funciona em prédio alugado, pois o prédio próprio será construído en frente à escola.
Em frente à escola funciona, desde 2010, uma unidade do CRAS - Centro de Referência de Assistência Social, uma unidade pública da política de assistência social, de base municipal, integrante do SUAS, localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinado à prestação de serviços e programas socioassistenciais de proteção social básica às famílias e indivíduos e à articulação destes serviços nos bairros próximos em parceria com as escolas e outros setores na perspectiva de potencializar a proteção social.
Atualmente está sendo construída a Escola Municipal de Educação Infantil ao lado da EMEF Dyógenes Martins Pinto, um  antigo pedido da comunidade, que ficará pronta no segundo semestre de 2013.
Foi aprovado, em maio de 2014, o funcionamento do Ensino Médio na escola Dyógenes, de forma provisória, até que seja construída a Escola Estadual de Ensino Médio do Bairro Integração, oferecendo a oportunidade dos alunos seguirem seus estudos sem precisar se deslocar para outros bairros.
Ao lado da escola e do ambulatório existe o ginásio da Associação de Moradores. A escola usa e administra o ginásio, mas o valor arrecadado com os aluguéis são divididos entre a escola e a associação. Com dinheiro arrecadado em festas mais o auxílio da prefeitura foram construídos os banheiros do ginásio, mas ainda faltam a copa, a cozinha e as churrasqueiras.
Na comunidade há uma igreja católica que ainda não está acabada, está sendo construída há mais de quatorze anos com doações e fundos provenientes de festas e eventos beneficentes que contam com números expressivos de participação. Também existem três igrejas evangélicas, sendo que duas funcionam em anexo a residências e um centro de Umbanda. A maioria da comunidade é católica, mas há uma grande parte que se divide entre Evangélicos e Testemunhas de Jeová. Na comunidade há uma benzedeira, que é muito respeitada e procurada para benzer as crianças.
No bairro não há capela mortuária, o projeto já foi pedido na prefeitura mas ainda não foi atendido. Por enquanto os moradores podem usar a capela mortuária do bairro vizinho, Parque do Sol, que fica em frente ao cemitério municipal São Miguel, que tem esse nome por estar próximo à capela de São Miguel.
Apesar de haver coleta de lixo no bairro há muito lixo nas ruas e em alguns dos tantos terrenos desocupados. Passa pelo local uma sanga que está muito poluída por esgoto de casas construídas irregularmente muito próximas à sanga e também com o lixo jogado por moradores. Essa poluição traz perigos para a saúde dos moradores, principalmente para as crianças que brincam por ali. Esse é um sério problema da comunidade. Diversas ações já foram realizadas com a intenção de conscientizar os moradores para que eles cuidem do lugar onde vivem, principalmente a escola tenta melhorar a situação com gincanas ecológicas e campanhas, porém há pouca melhora efetiva da situação.
Outro problema são os freqüentes atos de vandalismo com patrimônios públicos. O ginásio, as escolas e o ambulatório são alvos de apedrejamentos, danificando vidros, portas e janelas. Esses atos normalmente são praticados nos finais de semana por jovens muitas vezes drogados. Há doze anos foi inaugurada uma praça ao lado do terreno onde hoje se encontra o ginásio. Os moradores relatam que era uma praça muito bonita, com árvores, flores, bancos de concreto e um chafariz com uma figura de um leão. Foi realizada uma festa na sua inauguração, pois era um pedido antigo dos moradores. Porém em menos de um mês a praça amanheceu toda quebrada e foi sendo destruída até que hoje só existe mato e os restos do chafariz.
Há vários bares pequenos no bairro, são lugares que incentivam o alcoolismo e muitas vezes a violência, pois são freqüentes as brigas de pessoas alcoolizadas nesses lugares. Segundo relato de moradores funcionam duas casas de prostituição no bairro, sendo que há suspeitas que menores trabalhem lá. Outro grande problema do bairro é o comércio e o uso de drogas. Moradores contam que é muito fácil conseguir comprar drogas, especialmente o crack. Há muitos jovens viciados na comunidade, o que gera problemas familiares e violência, assaltos, roubos...
Essa problemática se reflete diretamente no trabalho da escola Dyógenes Martins Pinto. Muitas crianças sofrem com a violência doméstica causada pelo álcool e pelas drogas, tendo seu desenvolvimento prejudicado. Outro problema é que muitos alunos abandonam a escola na adolescência devido ao uso de drogas e acabam praticando atos de delinquência.
São muitas as configurações de famílias no bairro: nuclear, com pais separados, monoparentais, numerosas, reduzidas, com pais homossexuais, etc.. Muitas das famílias atendidas está em uma situação de risco, com baixa ou nenhuma renda, expondo as crianças à situações de violência doméstica, alcoolismo, drogadição, entre outras situações prejudiciais ao desenvolvimento infantil.
Devido à fragilidade de algumas famílias, que não dão apoio necessário à seus filhos, a escola passa a ter um papel fundamental na formação destes, assumindo assim outros papéis além da tarefa educativa. A escola atende diariamente crianças que chegam desnutridas, com poucas vestes, que são agredidas (física ou verbalmente), pelos pais ou por outras pessoas, são humilhadas e desrespeitadas, tem auto-estima baixa, não tem noção de valores, etc. Essas crianças frequentemente precisam de atendimentos médicos, psicológicos e de outros especialistas, mas, devido à grande demanda no município, esses atendimentos são oferecidos ainda de forma insuficiente.
Novos programas e mudanças estão sendo feitos em âmbito nacional e a escola assume um papel fundamental nas ações locais. A escola oferece diuturnamente o Ensino Fundamental de 1º ano a 8ª série e à noite funciona o EJA com 6 etapas. Os professores reúnem-se semanalmente em reuniões pedagógicas de planejamento, escolhem o tema gerador para todas as turmas de anos finais. Além disso, há reuniões de formação aos sábados, quando se reúnem professores da manhã e da tarde para tratar de assuntos diversos.
Com os anos finais há o projeto de Salas Temáticas, que possibilita uma nova organização dos espaços escolares. Cada sala de aula foi estruturada de acordo com um componente curricular: com cartazes, livros e materiais específicos. Dessa forma, é o aluno que troca de sala quando troca o período, ao invés do professor. Essa mudança possibilita criar ambientes mais educativos, proporcionando ao aluno mais qualidade no ensino. Porém, a falta de espaço e o aumento significativo do número de alunos no último ano se configuram como obstáculos para o pleno desenvolvimento desse projeto.
A grande maioria dos alunos são moradores do bairro, alguns vêm de bairros vizinhos, utilizando o transporte escolar da prefeitura. Há alguns anos vem crescendo o número de alunos com NEE. A rede municipal oferece um monitor para ficar acompanhando esses alunos durante a aula junto com o professor titular, porém esse monitor não deve ter necessariamente a formação específica para tal e tem que se dividir entre todas as turmas.
Os alunos dos anos iniciais são crianças com pouca motivação para o estudo, são afetuosas com os professores, mas agridem constantemente os colegas, havendo intolerância e desrespeito entre eles. Muitas crianças trabalham ajudando os pais com o sustento da casa e buscam na escola um espaço para brincar, se alimentar e, muitas vezes, uma realidade diferente daquela encontrada em casa, como pobreza, violência, drogas, negligência.
A partir do ano de 2012, a escola passou a participar da Política Pública de Combate à Prática do Bullying nas Escolas do Município de Passo Fundo, com o objetivo de reduzir ou abolir essas práticas violentas e resgatar valores fundamentais e a afetividade. As ações pedagógicas antibullying sugeridas são simples, mas de grande importância, devendo ser incluídas no cotidiano da escola como temas a serem debatidos e refletidos por toda a comunidade escolar de forma constante.
São muitos os desafios da escola no sentido de ajudar os alunos a avançar na construção do conhecimento e na melhoria de vida, mas essa é uma marca do bairro, historicamente construído e melhorado através da união comunitária organizada e unida lutando por melhorias, exigindo do poder público que lhes assegure seus direitos. Aqui cabe lembrar a fala de Paulo Freire:
Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam. (2007)

A escola conta com um quadro de 35 professores, todos graduados em sua área de atuação. A maioria tem curso de pós-graduação. Atualmente a escola é dirigida por Silvana Maira Rosa, a vice-diretora é Marilsa Salete Catapan, a Coordenadora Pedagógica dos Anos Iniciais é Daiana Zanette Fasolo, a Coordenadora Pedagógica dos Anos Finais é Lidiane Tavares de Mattos Godinho e a Coordenadora Pedagógica da EJA  e Orientadora Educacional é Ana Dalva Mathias.

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